domingo, 29 de novembro de 2009

BAILARINA


NÓS
TANTAS GARRAFAS
CONVERSA NAS PONTAS DOS PÉS
COMPARTILHANDO DO MESMO CINZEIRO
DO MESMO RANCOR
POR TANTAS VEZES
OUSAMOS PENSAR NO PIOR
TOMAMOS O QUE NÃO ERA NOSSO
LEVITAMOS O PENSAMENTO
VIAJAMOS SEM AO MENOS NOS LEVAR
MOMENTOS RAROS
ETERNO DESCOMPASSO
PURO SAMBA...

douglas rosa douglas

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

QUE DIA...


ainda era cedo quando decidimos
fomos ao mercado passear
pesamos nosso passado
os valores tinham mudado
o sorriso ficou de cantopagamos à vista, sem trocados
sem trocadilhosentendemos sem mal entendido
ação e reação, amor e ereção
grama, kilo, praia, filho
empacotamos tudo
temperos atemporais, novas cores

orgasmos múltiplos e paixão
juntos, vasculhamos o armário
acabamos com o diário
interrogamos nosso criado mudo
na gaveta encontramos outras dores
vivos em carne crua
discutimos como profissionais
noite nua adentro
plantamos em silêncio
enraizados
vimos a vida nascer de olhos fechados
que descoberta, que impacto
o impossível existe!
para as coisas impossíveis!!


Douglas Campigotto!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

TEMPO


Sorrateiro, lá vem ele.
Indo e vindo, incansável.
Alcança todos, resiste, persiste.
A gente estaciona mas ele nunca pára.
Na rede balançando ou deturpando seus efeitos.
As vezes atrasa, nem sempre perdoa
Se adianta, enquanto a gente fica falando.
Vôa cada vez mais rápido.
Os cabelos vão caindo.
Sentimentos sentidos sem sentido.
Alguns cresecendo outros diminuindo.
Uns aprendendo e muitos perdidos.
Aliado da gravidade, do sol, da lua, dos oceanos.
Conhecido dos antigos, novos, promissores e promíscuos.
Repartido em dias.
Repartindo continentes, povos e eras.
Um exímio executor, vendo tudo acontecer.
Da brisa ao tormento.
Chuva, dia, noite, vento.
Sereno.
Tão carinhoso e zeloso.
Um amável perigoso.
Depende da estação ele vai chegando.
Em toda despedida ele vai partindo.
Nos deixa em pedaços.
Caçador e caça.
Tanto trabalho, anos e anos.
Pra mim 29, e para outros, tantos.
A vida, a morte.
O azar, a sorte.
Destruir, construir.
Haja tempo!!


Douglas Campigotto