lendo com um olho só sinto falta de um olhar que tinha sobre mim que tinha sobre nós sobre todas as coisas o que mais sinto falta é de um olhar Douglas Campigotto
falam de mestre como quem fala de mastro de peste e pasto sem saber ao menos falar divas auto definidas galãs auto referidos queridos ogros e charlatões falam de técnica sem ética confundem arte com astros vara com sexo holofotes com glamour e há quem acredite no amor quem sente gosto o dissabor intelectuais de rodapé celebridades contruídas formadores de opinião se confundem dando um nó em quem não sabe pensar sem ao menos saber falar mágicos, cabeças de alface pestes necessárias galãs, divas, intelectuais e charlatões Douglas Campigotto
na parede bate a sombra no reboco e rebocador bate sem perdão no sofá bem sentado o sol que arde a tarde as paredes do barracão na sombra deita o pasto deita a vitrola fazendo som deitada sobre a mesa de quatro passa o boi passa o carro voa o avião a parede marca o tempo pendurada nos instantes a sombra cobre o dia é como brisa que passa na dor do ventilador na sombra da rede que balança pro lado de lá na gente que fica junto com medo da sombra com medo de se queimar os livros de cabeceira hoje dormem no chão deitados sobre o tapete que não aprendeu a andar mas não sabe o que é solidão Douglas Campigotto