sábado, 6 de setembro de 2008

O ESCAFANDRISTA


Quem disse que um dia
Ficaria louco com tão pouco
Que um quarto me deixaria farto
Mesmo sem teto
Alço vôo
Coisa pra poucos
Apago
Esbarro
Um algo
Nada que pudesse alterar
Diferente daqui lá está
Mergulhado em poça d´agua
Que enxagua
Do jeito que me olha quando se molha
Da forma, do trejeito
Quase infarto
Insasiável como sou
Estanquei quando sangrava
Te digo
Sangrei porque te amava
Despedaçado
Me afasto
Viro resto
Poeta, artista, fodido
Esfarelado
Mas sigo
Apoiada em meus braços
Depois de tanto descompasso
Mergulho nos meus laços
Escrevo pra espantar a dor
O fracasso
De não ser o que sei que sou
Medo de ser outro
Em pedaços
Já pulei barreiras
Já falei verdades
Não soube mentir
Aprendi com isso
Jurei hinos
Querendo pouco desejando mais
Contando sorte
Elevando paz

Douglas Rosa