sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SOFRE E FAZ SOFRER


Pelo nariz sentimos os cheiros mais inusitados, podemos sentir o melhor perfume, o cheiro da amada, do carro novo, da borracha,
da roupa lavada, a mais bela flor ou o pior odor, esgoto, latrinas, o cheiro que o próprio corpo produz, o suor, a craca, a saliva e quando tomamos banho, alfazema, guaraná, couro, aloe vera, não suporto lavanda, mas se este for o cheiro, o nariz quem manda.
Sem ele teríamos que comer pelas cores pois os sabores não seriam completos, nem com o mais nobre dos temperos teriam nexo, os lugares seriam os mesmos só mudariam as paisagens e os nomes, no campo não sentiria o orvalho, o alecrim, o mato, o estábulo seria apenas um lugar para cavalos, na terra, na neve, a praia e o deserto, sem sentir a maresia tudo seriam cores e sensações, mudariam os cenários mas confundiria as estações.
Pelo nariz expelimos o que não se engole, aspiramos o proibido, respiramos ar quente ou frio, festas e mais festas, depois caem na sarjeta, os chamados narizes de funil, a overdose ataca pelo nariz, uns precisam até de platina, um absurdo causado pela cocaína, basta torce-lo pra dizer que não gostou, já quem nasceu com ele empinado nem se dá o luxo, passa exibindo seu troféu, fazendo da ferramenta mal uso, o nariz jogador, da suéca, canastra, poker e do truco, e aquele que na primeira chance indica com um movimento sutil, é o nariz do dedo duro.
Existem narizes de todos os tipos, nariz largo, estilo batata, comprido, tomada, achatado, alguns parecem um falo, a maioria nasce com um nariz que não condiz, pessoas com nariz peludo, com verruga, torto pra esquerda, pra direita, pra cima e pra baixo, mas uma coisa é fato, sem nariz não teríamos olfato.

Douglas CampigottO