segunda-feira, 27 de abril de 2009

NÃO SE AFOBE NÃO QUE NADA É PRA JÁ


To indo! Sem saber pra onde, como ou porquê, estou querendo, ando querendo tanto, estou com calos nos pés, mas já não doem, a cada passo quero mais, mas não sei o que, nem onde, nem de onde vem essa vontade, essa ânsia, mas quero e quero muito, e se de repente você estiver de bobeira, aparece lá, talvez lá estarei, se não estiver, estarei logo ali, não sei ao certo onde lá é, mas... Não deve ser difícil de achar com o tanto que já sei, e como a gente sempre ta indo, mesmo não sendo logo ali, o lá logo chega.
Fui...

Douglas Campigotto

sábado, 25 de abril de 2009

VAI E VEM


FINGE TRANQUILIDADE E SENSO DE HUMOR
DIZ ESTAR BEM MAS SOFRE DE AMOR,
CIÚMES DA SOMBRA
PARECE POGRAMAR TUDO O QUE FAZ
COM UMA HABILIDADE INCRÍVEL DESFAZ
SAI PELA CULATRA
IDÉIAS PENSAMENTOS IMPROVÁVEIS
PALAVRAS QUE NÃO AJUDAM EM NADA
FICA LONGE, FUMA DEMAIS, FALA O QUE DESEJA
ACONTECE O QUE NÃO QUER
NINGUÉM FICA CONTENTE NESTA DISFUNÇÃO
ENTRE HOMEM E MULHER
DIFÍCIL MANTER, ENCONTRAR EQUILÍBRIO
INCOMODA ESSA SENSAÇÃO, SINTO CULPA SEM TER
DEVE SER O MESMO COM VOCÊ
NÃO EXISTE RAZÃO
CERTO OU ERRADO
TORTURAMOS NOSSO SENTIMENTO
PONDO A PROVA A RELAÇÃO
TÃO MAIS FÁCIL SERIA DESISTIR DA CONTRAMÃO
RESISTIR É O PECADO
SOMOS AMIGOS, AMANTES, IRMÃOS
A VIDA SEGUE
PENSAMENTOS INVADEM E O CORPO PADECE
NADA É VELADO, NEM ESTÁ ESCONDIDO
SOLTE O VERBO
SOMOS TÃO TRANSPARENTES
DE NADA DUVIDO, MAS TUA DÚVIDA NOS PERSEGUE
COLOCA A PROVA, IGNORA O QUE SENTE E NÃO CEDE
LONGE DO LEITO ADORMECE
EM PAZ
PROFANA O SENTIMENTO
SEM SABER, ATROPELA O QUE PENSA
FAZ DIFERENTE DO QUE COSTUMA FAZER
EXPERIMENTA A DOR
GENTE DESCONFIADA QUE PARECE PREFERIR SOFRER
CHEIA DE ACHISMOS ENTERRA O PRESENTE
ABALA A ESTRUTURA
SEUS TEMORES SÃO PIRATAS EM NÓS
NEUTRO ENXERGO O AVESSO
QUE FAZ PENSAR...

Douglas Campigotto

quinta-feira, 23 de abril de 2009

INFINITIVO


SEM NOSSAS DORES
POUCO TERÍAMOS PRA CONTAR
NÃO HAVERIAM AMORES
NÃO HAVERIA O QUE LEMBRAR

A TRISTEZA NO AMOR
A VONTADE DE SABER
DE PROVAR ESSE SABOR
MESMO SEM QUERER


A DELÍCIA DE SER
DE APRECIAR O TORPOR
O SOFRER POR SOFRER
COMO SERÍAMOS SEM A DOR


Douglas Campigotto

segunda-feira, 13 de abril de 2009

DETALHES


- Te digo sem titubiar, que esse foi o ocorrido
Porque não correu pra casa
- Quis correr na praia
Mas pensei...
pensei tanto que acreditei
- Acreditou em que?
Naquilo que achei
-Mas nem sabia o que era
Olhando parecia ter gosto
- Provou?
Fiquei com medo do desgosto
- Eu degustaria
Como?
- Como sempre!
Então prova
- Provei as coisas que fiz
Contou meias verdades
- Minha verdade contei,
a verdade verdadeira,
em nenhum momento
aquela que está só no pensamento...
.
Douglas Campigotto

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ARREDUNDANTE


Essa semana foi cheia, Arnaldo Antunes num dia no outro Domingos de Oliveira
Olhando esses talentos de perto, tento ter coragem de dizer que também sou poeta mas me sinto uma topeira, com bagagem mas sem eira...
Olho no olho, esperando meu momento, aguardando a beira
Não é bom nem ruim é o que é, o que há, é o que tem
Será assim a vida inteira?
Rimando com baboseiras, no infinito do infinitivo, divagando sobre asneiras.
De futebol que não será, já nem gosto mais, no Rio é fut"i"bol, no Paraná é futéba e por ae vai, mas não tem problema pois o jogo é o mesmo, e aquele time de verde em qualquer lugar é o Palmeiras. Nada haver com a árvore, caso contrário seria Palmeira.
Hoje decidi entrar na academia, paguei o primeiro mês e posso fazer tudo lá dentro, yoga, alongamento, musculação, boxe, tem uma aula que são 45 minutos de bicicleta e 45 de esteira.
Não quero ficar forte ou bonito até porque eu já sou, ao menos é o que minha mãe até hoje diz
Mas vai que derepente eu fico, não to dizendo que isso é uma coisa que eu queira, mas se continuar puxando peso não enxergo de outra maneira
As vezes da uma saudade de casa, daquele tempo que escovar os dentes e lavar as mãos eram as unicas condições. Ficávamos o dia todo inventando jogos, desciamos com carrinhos de rolimã pela ladeira, futebebol na rua, íamos na cachoeira, pique-esconde, escalávamos a pedreira, que ficava muito próximo da minha casa, isso sim era brincadeira!
Lembro que era na época do Macgyver aquele que inventava qualquer coisa com um clip, um apontador ou uma lapiseira e quando chegávamos em casa afoitos pelo lanche, mamãe gritava lá de longe não molhem o banheiro, cuidado com a torneira e nem pensem em encher a banheira.
Nostalgia pura.
Vontade de voltar a ser criança, do colo, da mamadeira, saudades da infância, de lavar o carro e brincar com água da mangueira, correr, pular extravazar com a turma da vizinhança, vinham crianças da rua inteira.
Tinhamos tantos pés de frutas: pé de limão, de caqui, ameixas, uma figueira e uma macieira
Tinham também alguns animais soltos em um terreno ao lado de casa, um cavalo, um bode, alguns galos ou galinhas nunca saberei ao certo, tinha também uma vaca, era tão magra, acho que não era leiteira.
Mas a vida segue, e os trilhos da vida te levam por caminhos tão distintos, tantos lugares, tantos amigos, tanto trabalho, não foi fácil nem sofrido mas já foi.
Já fui frentista de posto, enchendo o tanque da turma inteira
Trabalhei de ajudante de pedreiro tirando cimento da betoneira, aquela máquina que mistura o cimento
Trabalhei em marcenaria fazíamos qualquer coisa em madeira, eu sempre tive muito jeito com essas coisa manuais, lixadeira, furadeira, parafusadeira, não posso ver um parafuso solto, eu nunca esquecerei do dia que fiz sozinho uma mesa com quatro cadeiras
Em hotel trabalhei na recepção, mas não tirava os olhos da camareira, alguns a chamavam de arrumadeira, pouco importa como a chamavam, ela estava sempre tão faceira, e até hoje penso que fim será que levou a mineira?
Trabalhei em loja de peças para carros, as peças tinham muitos nomes engraçados, virabrequim, repimboca, ponteira, mas o diferencial desse trabalho eram as vizinhas, duas velhinhas alcoviteiras, que moravam no andar de cima, alguns diziam que tinham sido freiras, vai saber, hoje em dia se você pegar uma réplica de qualquer produto na mão, uma bolsa por exemplo, não saberá qual a verdadeira.
Já fui garçom mas não deu certo, dizem que advogado é malandro, você já conheceu algum garçom?? Esse pessoal sim, que gente ligeira. Como não deu certo na bandeja, acabei indo pra trás do balcão, virei barman, trabalhei em diversos bares, aprendi diversos drinks até o dia que comprei uma coqueteleira e o céu foi o limite, quanta festa quanta zueira...
Hoje sou ator e porque não dizer poeta, preciso parar com esssa besteira, não sou Domingos, Chico, nem Buarque nem Anysio, Vinicius, Glauber, Fernando, Arnaldo, Cazuza, Jô Soares, Parreira, mas se esses fossem os escolhidos para seleção adoraria passar nesta peneira, também tenho uma história veradeira, que quando olho pra trás e vejo os caminhos que trilhei, fico de bobeira.
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Douglas Campigotto

PARA O ALTO E AVANTE

QUERO - QUERO


Quero mais perder tempo em ti
Eu te amo onde estiver
Fases não passam, são passadas
Tirando casca das feridas
Te quero sempre
Não, presa nos meus versos
Presa dos meus versos
Distraída se diz traída
De qualquer maneira
Que dure a vida inteira

Douglas Campigotto