segunda-feira, 2 de novembro de 2009

TEMPO


Sorrateiro, lá vem ele.
Indo e vindo, incansável.
Alcança todos, resiste, persiste.
A gente estaciona mas ele nunca pára.
Na rede balançando ou deturpando seus efeitos.
As vezes atrasa, nem sempre perdoa
Se adianta, enquanto a gente fica falando.
Vôa cada vez mais rápido.
Os cabelos vão caindo.
Sentimentos sentidos sem sentido.
Alguns cresecendo outros diminuindo.
Uns aprendendo e muitos perdidos.
Aliado da gravidade, do sol, da lua, dos oceanos.
Conhecido dos antigos, novos, promissores e promíscuos.
Repartido em dias.
Repartindo continentes, povos e eras.
Um exímio executor, vendo tudo acontecer.
Da brisa ao tormento.
Chuva, dia, noite, vento.
Sereno.
Tão carinhoso e zeloso.
Um amável perigoso.
Depende da estação ele vai chegando.
Em toda despedida ele vai partindo.
Nos deixa em pedaços.
Caçador e caça.
Tanto trabalho, anos e anos.
Pra mim 29, e para outros, tantos.
A vida, a morte.
O azar, a sorte.
Destruir, construir.
Haja tempo!!


Douglas Campigotto