terça-feira, 30 de outubro de 2007

Brasillllllllllll


Saio de casa sem arrumar o cabelo.
Saio na rua e murmuram por apelo.
Gente sofrida, esquecida, descrente que já esteve bem na vida.
Na esquina aguardam alguém chegar.
É a população prostituída esperando o bonde passar.
Não quero um espelho pra me olhar, nem uma nação pra acordar, não quero o teu.
Nem metade nem inteiro.
Busco um último suspiro aflito para pular o muro e no esgotar das forças, sôa um apito, vejo estranhos dizendo que não posso vestir o que visto e pra parar de sentir o que sinto.
Eu sou este que voce está vendo, essa lingua que voce fala eu não entendo.
Não tenho medo da volta nem da ida, não sou melhor nem pior, nem casca nem ferida, sou pus, improviso todos os dias, com palavras, toques, um olhar que seduz, ainda tímido, despreparado pra realidade e cercado de falsos amigos, mas acho que se fosse diferente, sentiria lesado.


Douglas Rosa

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