sábado, 14 de fevereiro de 2009

EU?


Meu lamento é não poder ser eu sendo Eu
As vezes tenho que ser outro
Um Eu modificado, lapidado, sem arestas
Aprendi a forjar
Um Eu para os outros
Com muitas ranhuras, espinhos e ataduras
Tipo rosa não
Tipo cactus, ouriço, porco espinho
Um Eu de carapaça, posto a carapuça
Armado de armadura
Crescendo, obedecendo ao tempo
Eu e a vida estamos daquele jeitinho
Ando incomodando-a pouco
Ela segue vivendo e quando me alcança o Eu corre
De que jeito seria
Só assim o Eu quase morre

Douglas Campigotto

Um comentário:

Coisas de Sereia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.