sábado, 10 de março de 2012

ETERNO COMPANHEIRO (releitura)


vi algo que não queria, vi a vida encarando a morte, parecia o combate do século, mas não houve luta, elas ficaram se olhando, uma eternidade que durou 20 minutos, não discutiram, não se estranharam, ao contrário do que eu sempre fantasiei em meus pensamentos, não houve briga, o silencio selou o acordo, a vida foi se entregando aos poucos, encontrou amparo nos braços da morte, deitada em seu colo, ainda era possível ouvi-la suspirar, que encontro... Amigas desde sempre, a vida foi carregada pela morte, que caminhava a passos largos, não por medo de perder a passagem, pois sabia que agora, o tempo estava do seu lado, tinha pressa pra chegar logo na festa surpresa que havia preparado.

Douglas Campigotto

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