sábado, 24 de julho de 2010

CRIANÇAS CRESCIDAS



Escuto as crianças brincando na sala
elas decidem do que brincarão
ouso risadas, lembranças e latas
barraca, pirata, polícia e ladrão
descobrem um novo planeta
embarcam na nave mãe
espadas, carrinhos, caixa de papelão
em guerras, cavalos, princesa e sapo
palavras testadas
o sol que arde
completa a missão
vejo as crianças crescendo do nada
já falam da bolsa, da noite, da bossa
cidade, da roça e fermento de pão
comprando seus carros, mudando o cenário
procurando o espaço
sem nave, sem mãe
nem bicho de estimação
casados, com casa, com filhos e falhas
engenheiro, astronauta
bombeiro, artesão
martelo, maleta, pincel, compasso
girando seu laço, pintando um quadro
elevando ao quadrado
em uma nova constelação
ouço as crianças brincando na sala.

Douglas Campigotto

6 comentários:

Sylvia Araujo disse...

A vida não para...

Ritmo delicioso, Douglas!

Beijo

Fatinha Costa disse...

É mesmo uma alegria: momento especial que devemos receber como um presente.

Fatinha

Carla Vergara disse...

Que poema bom de ler! Cheguei no seu blog pelo post da Siomara no facebook. Gostei!

Paloma Riani disse...

A forma com que vc faz a passagem nesse poema é deliciosa. Lindo!

Adri Bertoldo disse...

Adorei, quero compartilhar no meu face posso???
Como faço???
Beijos

Antonio Rosa disse...

Lindo cara. Do caralho.